terça-feira, 9 de março de 2010

Ondas

Caminho pela praia. Caminho, sem destino, sem hora de chegada, embalada pelo som das ondas a bater na areia, e a sentir a água fria do mar nos meus pés. Passeio sob o céu estrelado e organizo pensamentos. Tento convencer-me a mim mesma que todo aquele cenário está perfeito, mas o vazio que sinto cá dentro desfaz qualquer ponta de convicção. Tudo era perfeito, se estivesses ao meu lado. Sinto uma brisa leve no ar, e arrepio-me; mas não é um arrepio de frio. És tu, consigo sentir-te. Paro, e sento-me na areia a contemplar o mar.
O brisa do mar segreda-me ao ouvido que lá longe está alguém a olhar por mim, tão presente como o ar que respiro a cada segundo. Tento responder-lhe. Tento pedir-lhe que te traga de volta, que tenho saudades tuas, que preciso de ti. Ela limita-se a responder que a verdadeira amizade não acaba quando alguém parte; que é para sempre. E continua o seu caminho na direcção do mar, sem me dar tempo para lhe implorar que te traga de volta para junto de mim. Continua, e deixa as minhas palavras presas na areia, a apagarem-se pelas ondas.
De repente, o silêncio invade o ambiente. O vazio invade a noite, e cresce dentro de mim.
E sonho; pinto aquele cenário negro com todas as cores do arco-íris. Pinto um quadro onde estamos os dois, ali sentados a olhar o horizonte sem fronteiras da nossa amizade. Tu estás ao meu lado, eu consigo sentir-te.

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